quarta-feira, dezembro 19, 2007

O Prefeito
Ton Oliveira

Mamãe, agora eu quero ser prefeito
Garanto que vou me candidatar
Do jeito que já sei mentir bastante
Acho que de hoje em diante minha vida vai mudar

Pra quem me apoiar eu dou abraço
Se falar mal de mim eu dou dinheiro e ele muda
E vai ficar tudo do mesmo jeito
Se eu ganhar para prefeito
É o mesmo "deus-nos-acuda"

E vai ficar tudo do mesmo jeito
Se eu ganhar para prefeito
É o mesmo "deus-nos-acuda"

É a cidade esburacada (ai ai ai)
E o povo vivendo mal (ui ui ui)
Mas quando a coisa ficar preta
Eu invento uma micareta
E faço aquele carnaval

Trago um conjunto da Bahia (ai ai ai)
Pago mais do que ele merece (ui ui ui)
Se pagar 100, digo que foi 500
Desviando os 400 meu saldo banqueiro cresce

Aí o povo esquece tudo (ai ai ai)
E no embalo desse som (ui ui ui)
A cidade fica feliz
E ainda tem gente que diz:
"Eita, que prefeito bom!"

A cidade fica feliz
E ainda tem gente que diz:
"Eita, que prefeito bom!

terça-feira, dezembro 18, 2007

Achei um ótimo blog, com dezenas de Álbuns para baixar de samba, mpb, chorinho e tudo o mais, inclusive tem o filme sobre Cartola para baixar também. O endereço é http://capsuladacultura.com.br/blog/

Bar ruim é lindo, bicho.

Antônio Prata

Eu sou meio intelectual, meio de esquerda, por isso freqüento bares meio ruins. Não sei se você sabe, mas nós, meio intelectuais, meio de esquerda, nos julgamos a vanguarda do proletariado, há mais de 150 anos. (Deve ter alguma coisa de errado com uma vanguarda de mais de 150 anos, mas tudo bem). No bar ruim que ando freqüentando nas últimas semanas o proletariado é o Betão, garçom, que cumprimento com um tapinha nas costas acreditando resolver aí 500 anos de história. Nós,meio intelectuais, meio de esquerda, adoramos ficar "amigos" do garçom, com quem falamos sobre futebol enquanto nossos amigos não chegam para falarmos de literatura. "Ô Betão, traz mais uma pra gente", eu digo, com os cotovelos apoiados na mesa bamba de lata, e me sinto parte do Brasil. Nós, meio intelectuais, meio de esquerda, adoramos fazer parte do Brasil, por isso vamos a bares ruins,que tem mais a cara do Brasil que os bares bons, onde se serve petit gateau e não tem frango à passarinho ou carne de sol com macaxeira que são os pratos tradicionais de nossa cozinha. Se bem que nós, meio
intelectuais, quando convidamos uma moça para sair pela primeira vez, atacamos mais de petit gateau do que de frango à passarinho, porque a gente gosta do Brasil e tal, mas na hora do vamos ver uma europazinha bem que ajuda. A gente gosta do Brasil, mas muito bem diagramado. Não é qualquer Brasil. Assim como não é qualquer bar ruim. Tem que ser um bar ruim autêntico, um boteco, com mesa de lata, copo americano e, se tiver porção de carne de sol, a gente bate uma punheta ali mesmo.

Quando um de nós, meio intelectuais, meio de esquerda, descobre um novo bar ruim que nenhum outro meio intelectual, meio de esquerda freqüenta, não nos contemos: ligamos pra turma inteira de meio intelectuais, meio de esquerda e decretamos que aquele lá é o nosso novo bar ruim. Porque a gente acha que o bar ruim é autêntico e o bar bom não é, como eu já disse. O problema é que aos poucos o bar ruim vai se tornando cult, vai sendo freqüentado por vários meio intelectuais, meio de esquerda e universitárias mais ou menos gostosas. Até que uma hora sai na Vejinha como ponto freqüentado por
artistas, cineastas e universitários e nesse ponto a gente já se sente incomodado e quando chega no bar ruim e tá cheio de gente que não é nem meio intelectual, nem meio de esquerda e foi lá para ver se tem mesmo artistas, cineastas e universitários, a gente diz: eu gostava disso aqui antes, quando só vinha a minha turma de meio intelectuais, meio de esquerda, as universitárias mais ou menos gostosas e uns
velhos bêbados que jogavam dominó. Porque nós, meio intelectuais, meio de esquerda, adoramos dizer que freqüentávamos o bar antes de ele ficar famoso, íamos a tal praia antes de ela encher de gente, ouvíamos a banda antes de tocar na MTV. Nós gostamos dos pobres que estavam na praia antes, uns pobres que sabem subir em coqueiro e usam sandália de couro, isso a gente acha lindo, mas a gente detesta os pobres que chegam depois, de Chevete e chinelo Rider. Esse pobre não, a gente gosta do pobre autêntico, do Brasil autêntico. E a gente abomina a Vejinha, abomina mesmo, acima de tudo.

Os donos dos bares ruins que a gente freqüenta se dividem em dois tipos: os que entendem a gente e os que não entendem. Os que entendem percebem qual é a nossa, mantém o bar autenticamente ruim, chamam uns primos do cunhado para tocar samba de roda toda sexta-feira, introduzem bolinho de bacalhau no cardápio e aumentam em 50% o preço de tudo. Eles sacam que nós, meio intelectuais, meio de esquerda, somos meio bem de vida e nos dispomos a pagar caro por aquilo que tem cara de barato. Os donos que não entendem qual é a nossa, diante da invasão, trocam as mesas de lata por umas de fórmica imitando mármore, azulejam a parede e põem um som estéreo tocando reggae. Aí eles se fodem, porque a gente odeia isso, a gente gosta, como já disse algumas
vezes, é daquela coisa autêntica, tão brasileira, tão raiz.

Não pense que é fácil ser meio intelectual, meio de esquerda, no Brasil! Ainda mais porque a cada dia está mais difícil encontrar bares ruins do jeito que agente gosta, os pobres estão todos de chinelo Rider e a Vejinha sempre alerta, pronta para encher nossos bares ruins de gente jovem e bonita e a difundir o petit gateau pelos quatro
cantos do globo. Para desespero dos meio intelectuais, meio de esquerda, como eu que, por questões ideológicas, preferem frango a passarinho e carne de sol com macaxeira (que é a mesma coisa que mandioca mas é como se diz lá no nordeste e nós, meio intelectuais, meio de esquerda, achamos que o nordeste é muito mais autêntico que o
sudeste e preferimos esse termo, macaxeira, que é mais assim Câmara Cascudo, saca?).

- Ô Betão, vê um cachaça aqui pra mim. De Salinas quais que tem?

sábado, dezembro 15, 2007

Quem apareceu no Jô hoje foi Fernanda Montenegro, falar sobre algo que não sabia e que até agora estou dando pulinhos de preparo para saltos mortais, de alegria e de ansiosidade: O romance O Amor nos Tempos do Cólera de Gabriel García Marquez, virou filme.
Inclusive já foi apresentado no Festival do Rio, e, segundo minhas pesquisas, vai estrear dia 28 desse mês no Brasil. Espero que venha pra... Guarabira? Não, pois Guarabira não tem cinema, mas para João Pessoa.
Esse foi o primeiro romance que lí de Gabriel García Marquez, e de cara pensei: isso daria um bom filme. Bem, na verdade, nessa onda de transformar bestseller em filme, pensei: Nesses dias vão fazer um filme de cem anos de solidão, vai ser uma merda. Aí arrematei: Mas O Amor nos Tempos do Cólera podia rolar.
Agora é esperar pra ver. Quer dizer, esperar pra viajar pra ver.

Segue um trailer do filme.

sexta-feira, dezembro 14, 2007


Dia 22 de Dezembro, o poeta guarabirense Chico Pedrosa estará novamente se apresentando em sua terra natal, no Colégio da Luz. Por motivos que não me são estranhos, Guarabira não dá a metade do valor que o resto do país dá ao Poeta, que é renomado nacionalmente e uma referência da poesia regional, sendo gravado por, entre outros, Cordel do Fogo Encantado. O livro dele que eu tenho - Sertão Caboclo - é prefaciado por Jessier Quirino.
E sua última apresentação aqui comprovou isso: umas 30 pessoas e um bêbu véi aperriando. Mas, vamos que vamos, cancelei um provável programa para ficar e assistir ao espetáculo.

Essa poesia se chama:

A infância com meus pais.

Sua infância foi risonha?
Calma, não responda agora.
Por favor, não a exponha,
Que vai chegar sua hora.
A minha foi meio ingrata
Tipo caldo de batata
Sem substância nenhuma
Infância desenxabida
Dessas coisas que na vida
Pobre só aguenta uma

Minha escola foi o campo
Minha caneta a enxada
Meu brinquedo o pirilampo
Vigilante da baixada
Armei pedra de quixó
Cacei preá e mocó
Atirei de baleira
Cavei peba em tabuleiro
E tirei enxu verdadeiro
Nas moita da capoeira

Todo tipo de doença
Que se contrai na infância
Sofri por indiferença
Da nossa ignorância
Mamãe era benzedeira
Rezava olhado e papeira
Dor de dente, bucho inchado
Febre, espinhela caída
Inchação, tosse comprida
Arroto choco e puxado

Cresci na fralda da serra
Ouvindo a voz do vaqueiro
Que pega, derruba e ferra
Pra seu patrão fazendeiro
Como um nativo da selva
Saía pisando a relva*
A caminho do roçado
Recebendo dos meus pais
Os conselhos naturais
Do meio em que fui criado

No fim do ano uma festa
E com ele uma roupa nova
Porque numa época desta
Os pais da gente dão prova
De solidariedade
Vão às loja da cidade
Compram terno e cinturão
Sapato, gravata e "cheiro"
E nos dão algum dinheiro
Pra o parque de diversão

Pra mim compraram um sapato
De solado de pneu
Couro grosso, bico chato
Fui calçar, ele não deu
Era menor que meu pé
Mamãe fez logo um banzé
Chamou meu pais de sovino
Ele pegou um compasso
E disse: inda hoje faço
Um sapato do menino

Pegou um taco de couro
Dum boi que seca matou
Disse: pise aqui, meu louro
Eu pisei, ele traçou
Sisudo, de cara feia
Cortou, enfiou correia
E achando a medida exata
Disse: vai ficar barato
Não fez umpar de sapato
Nem fez um par de alpargata

Fez um troço parecido
Com uma bainha de foice
Curvado, maio comprido
Um pouco estreito no coice
Se esqueceu do pé direito
Fez os dois do mesmo jeito
E sem admitir enganos
Me deu ordem pra calçar
Dizendo: saiba zelar
Que é sapato pra dez anos

E a minha roupa de festa?
Já compraram? Perguntei
Ele disse: ora esta
Não sabe que eu já comprei
Derna de segunda feira
E quem vai ser a costureira
Vai ser comadrer Dondom
Do riacho Pela-Gato
Que além de cobrar barato
Sabe costurar "raion"

Parece que estou vendo
Meu primeiro paletó
A velha Dondom cozendo
Usando uma vista só
Dondom era costureira
Nas horas vagas parteira
Embirrenta, malcriada
Ninca pegou numa escala
Dava uma volta na sala
Tava a medida tirada

Comigo ela fez assim
No dia que lhe entreguei
Um corte de pano ruim
Que de presente ganhei
A velha acendeu um facho
Me olhou e disse: Acho
Que você pode ir embora
Que daqui pra sexta feira
Eu emendo essa porqueira
Com fé em Nossa Senhora

E de fato emendou, pois
Outra coisa ela não fez
Na calça cabiam dois
No paletó mais de três
E a gravata e a camisa?
Meu pai disse: não precisa
Têm as do meu casamento
Há muitos anos guardada
Tão um pouco desbotada
Mas os pano é cem por cento

Mamãe lhe fez um apelo
Com muita diplomacia
Pra cortar o meu cabelo
Na antiga freguesia
Meu pai disse: eu não combino
O cabelo do menino
Só eu sei como é que presta
Sentou-me sobre um caixão
Agarrou um tesourão
E começou a cortar... da testa

Deixou a minha cabeça
Como um carneiro sem lã
Depois disse: não se esqueça
Que a festa é logo amanhã
A igreja tá caiada
A rua tá enfeitada
O carrossé já chegou
Inté o carramanchão
Onde vai ser o leilão
O padre já aprontou

Afinal chegou o dia
Doze do mês de dezembro
Festa de Santa Luzia
Ainda hoje me lembro
Eu calçado de alpergata
De paletó e gravata
Parecia um coroné
Entupido de gelada
Chamei minha namorada
Pra correr no corrossé

A concertina tocava
A música do assum preto
E o carrossé de carbureto
Num instante embalava
Um homem com um apito
Fazia sinal, e Benedito
Dava mais um empurrão.
E os casais de namorados
Agradeciam sentados
Por mais uma rotação

Sentei-me numa cadeira
Ao lado da namorada
Senti logo uma zonzeira
E a natureza enjoada
O carrossé embalou
Meu paletó se inflou
Ficou igual a um balão
A vista ficou escura
E o povo gritou: Segura,
Cabra do paletozão!

Vomitei toda gelada
Que antes havia bebido
E perdi minha namorada
Prum sujeito mais sabido
Fui me lavar num riacho
E quando passei por baixo
Dum poleiro, uma galinha
Abriu a porta traseira
E despejou a sujeira
Na minha bela roupinha

Pronto... Adoeci de novo
E agora? Que faço então?
Voltar pro meio do povo
desse jeito? Volto não
Tirei a roupa e lavei
sem sabão e pendurei
Numa rama de cipó
Lá pra alta madrugada
Veio uma vaca malhada
Comeu calça e paletó

Restou o par de alpargata
E a cueca samba-canção
A camisa e a gravata
Mas dinheiro... nem um tostão
A desgraçada da vaca
Comeu a última pataca
Deixei a festa e a farra
Toquei o pé no caminho
E no terreiro do ranchinho
Cheguei ao quebrar da barra

Cheguei como um fugitivo
Que foje duma cadeia
Cabisbaixo, pensativo
Com medo de levar peia
Contei o que se passou
Minha mãe acreditou
Pai entendeu muito mais
E para finalizar
Resolvi apresentar
Minha infância com meus pais

Labirinto

Ronaldo Cunha Lima

De tanto imaginar o meu porvir
e ao mesmo tempo abrir muitas estradas,
terminei suscitando encruzilhadas
e agora já não sei para onde ir.

Difícil iniciar e concluir
de uma só vez diversas caminhadas.
Havendo mais partidas que chegadas,
é mais racional o desistir.

Quanto mais e mais longos os caminhos,
mais constantes, também, são os espinhos,.
as dores, dissabores, tudo enfim.

Criando dentro d'alma um labirinto,
observo, afinal, e agora sinto
que eu mesmo me perdi dentro de mim.

sexta-feira, dezembro 07, 2007

Graças ao empenho de alguns ilustres desconhecidos, tenho conseguido baixar todos os cds da coleção Folha Clássicos do Jazz. E tenho adorado. Mas eu descobri que eu tenho um ponto amarrado e que nunca vou me desamarrar. Esse ano eu conheci muita coisa relacionado a música: viajei pelo forró pé-de-serra, fui à MPB, dei uma passada por uns punks, escutei coisas antigas, dei um forte trago de Pink Floyd, uma segurada braba em Led Zeppelin, e soltei nos discos solos de John Lennon. Mas sempre volto e vou dos Beatles. Agora estou ouvindo Jazz, mas sempre, entre o intervalo de um e outro, entre um download e outro, escuto os Fab Fours.
Comprei as clássicas fotos que estão no Álbum Branco, umas das mais belas deles. Irei fazer quatro molduras e colocar no meu quarto. Mas, por incrível que pareça, as mais belas fotos dos Beatles foram tiradas no início da carreira, quando eles estavam em Hamburgo, pela então namorada do ex-baixista Stu Sutfliffe, Astrid Kirchherr. Eu as tenho aqui no computador.
Aí está o clipe de Hello Goodbye, do álbum Magical Mystery Tour.

http://www.youtube.com/watch?v=Qf2S7kKLtEQ

quarta-feira, dezembro 05, 2007

100 melhores discos da música brasileira

Esta é uma lista dos 100 melhores discos da música brasileira feita por estudiosos, produtores e conhecedores do assunto convocados pela revista Rolling Stone Brasil. A lista está na edição nº 13 de outubro.

Segue abaixo a lista dos discos com links pra download. Nem todos os links ainda estão ativos, paciência.

01. Acabou Chorare (Novos Baianos, 1972)
02. Tropicália ou Panis et Circencis (Vários, 1968)
03. Construção (Chico Buarque, 1971)
04. Chega de Saudade (João Gilberto, 1959)
05. Secos e Molhados (Secos e Molhados, 1973)
06. A Tábua de Esmeralda (Jorge Ben, 1972)
07. Clube da Esquina (Milton Nascimento & Lô Borges, 1972)
08. Cartola (Cartola, 1976)
09. Os Mutantes (Os Mutantes, 1968)
10. Transa (Caetano Veloso, 1972)
11. Elis & Tom (Elis Regina e Antônio Carlos Jobim, 1974)
12. Krig-Ha Bandolo (Raul Seixas, 1973)
13. Da Lama ao Caos (Chico Science & Nação Zumbi, 1994)
14. Sobrevivendo no Inferno (Racionais MC’s, 1998)
15. Samba Esquema Novo (Jorge Ben, 1963)
16. Fruto Proibido (Rita Lee, 1975)
17. Racional Volume 1 (Tim Maia, 1975)
18. Afrociberdelia (Chico Science & Nação Zumbi, 1996)
19. Cabeça Dinossauro (Titãs, 1986)
20. Fa-Tal - Gal a Todo Vapor (Gal Costa, 1971)
21. Dois (Legião Urbana, 1986)
22. A Divina Comédia ou Ando Meio Desligado (Os Mutantes, 1970)
23. Coisas (Moacir Santos, 1965)
24. Roberto Carlos em Ritmo de Aventura (Roberto Carlos, 1967)
25. Tim Maia (Tim Maia, 1970)
26. Expresso 2222 (Gilberto Gil, 1972)
27. Nós vamos Invadir Sua Praia (Ultraje a Rigor, 1985)
28. Roberto Carlos (Roberto Carlos, 1971)
29. Os Afro-Sambas (Baden Powell, Quarteto em Cy e Vinícius de Moraes, 1966)
30. A Dança da Solidão (Paulinho da Viola, 1972)
31. Carlos, Erasmo (Erasmo Carlos, 1970)
32. Pérola Negra (Luis Melodia, 1973)
33. Caymmi e Seu Violão (Dorival Caymmi, 1959)
34. Loki? (Arnaldo Baptista, 1974)
35. Estudando o Samba (Tom Zé, 1976)
36. Falso Brilhante (Elis Regina, 1976)
37. Caetano Veloso (Caetano Veloso, 1968)
38. Maria Fumaça (Banda Black Rio, 1977)
39. Selvagem? (Os Paralamas do Sucesso, 1986)
40. Legião Urbana (Legião Urbana, 1985)
41. Meus Caros Amigos (Chico Buarque, 1976)
42. O Bloco do Eu Sozinho (Los Hermanos, 2001)
43. Refazenda (Gilberto Gil, 1975)
44. Mutantes (Os Mutantes, 1969)
45. Raimundos (Raimundos, 1994)
46. Chaos A.D. (Sepultura, 1993)
47. João Gilberto (João Gilberto, 1973)
48. As Aventuras da Blitz (Blitz, 1982)
49. Racional Volume 2 (Tim Maia, 1976)
50. Revolver (Walter Franco, 1975)
51. Clara Crocodilo (Arrigo Barnabé, 1980)
52. Cartola (Cartola, 1974)
53. O Novo Aeon (Raul Seixas, 1975)
54. Refavela (Gilberto Gil, 1977)
55. Nervos de Aço (Paulinho da Viola, 1973)
56. Amoroso (João Gilberto, 1977)
57. Roots (Sepultura, 1996)
58. Antônio Carlos Jobim (Tom Jobim, 1963)
59. Canção do Amor Demais (Elizeth Cardoso, 1958)
60. Gil e Jorge Ogum Xangô + D2 (Gilberto Gil e Jorge Ben, 1975)
61. Força Bruta (Jorge Ben, 1970)
62. MM (Marisa Monte, 1989)
63. Milagre dos Peixes + D2 (Milton Nascimento, 1973)
64. Show Opinião (Nara Leão, Zé Kéti e João do Vale, 1965)
65. Nelson Cavaquinho (Nelson Cavaquinho, 1973)
66. Cinema Transcendental (Caetano Veloso, 1979)
67. África Brasil (Jorge Ben, 1976)
68. Ventura (Los Hermanos, 2003)
69. Samba Esquema Noise (Mundo Livre S/A, 1994)
70. Getz/Gilberto Featuring Antônio Carlos Jobim (Stan Getz, João Gilberto e Antônio Carlos Jobim, 1963)
71. Noel Rosa e Aracy de Almeida (Aracy de Almeida, 1950)
72. Jardim Elétrico (Os Mutantes, 1971)
73. Angela Ro Ro (Angela Ro Ro, 1979)
74. Õ Blésq Blom (Titãs, 1989)
75. Tim Maia (Tim Maia, 1971)
76. A Bad Donato (João Donato, 1970)
77. Canções Praieiras (Dorival Caymmi, 1954)
78. Gilberto Gil (Gilberto Gil, 1968)
79. Álibi (Maria Bethânia, 1978)
80. Gal Costa (Gal Costa, 1969)
81. Psicoacústica (Ira!, 1988)
82. O Inimitável (Roberto Carlos, 1968)
83. Matita Perê (Tom Jobim, 1973)
84. Qualquer Coisa/Jóia (Caetano Veloso, 1975)
85. Jovem Guarda (Roberto Carlos, 1965)
86. Beleléu, Leléu, Eu (Itamar Assumpção e Banda Isca de Polícia, 1980)
88. Nada Como Um Dia Após O Outro Dia + D2 (Racionais MC’s, 2002)
89. Carnaval na Obra (Mundo Livre S/A, 1998)
90. Quem é Quem (João Donato, 1973)
91. Cantar (Gal Costa, 1974)
92. Wave (Tom Jobim, 1967)
93. Lado B, Lado A (O Rappa, 1999)
94. Vivendo e Não Aprendendo (Ira!, 1986)
95. Doces Bárbaros + D2 (Gil, Bethânia, Caetano e Gal, 1976)
96. A Sétima Efervescência (Júpiter Maçã, 1996)
97. Araçá Azul (Caetano Veloso, 1972)
98. Elis (Elis Regina, 1972)
99. Revolução por Minuto (RPM, 1985)
100. Circense (Egberto Gismonti, 1980)

segunda-feira, dezembro 03, 2007

Estudante processa prefeitura por "zerar" em Micareta

Continuando com a série: Bizarrices jurídicas.


Revoltado por não ter conseguido beijar ninguém em um carnaval fora de época promovido pela Prefeitura de Guararapes do Norte (230 km de Rio Branco - Acre) no último mês de maio, o estudante universitário J. C. A. ajuizou uma ação judicial bastante inusitada. Ele foi à Justiça pedir indenização porque "zerou" na micareta.

JCA pediu indenização por danos morais, alegando que "após quase dez horas de curtição e bebedeira não havia conquistado a atenção de sequer uma das muitas jovens que corriam atrás de um trio elétrico". Ainda segundo o autor, que diagnosticou na falta de organização da Prefeitura a causa de sua queixa, todos os seus amigos saíram da festa com histórias para contar.

Em sua contestação, a Prefeitura de Guararapes do Norte ponderou tratar-se de "demanda inédita, sem qualquer presunção legal possível", porque não caberia a ela qualquer responsabilidade no sentido de "aliciar membros da festividade para a prática de atos lascivos, tanto mais por se tratar de comemoração de caráter familiar, na qual, se houve casos de envolvimento sexual entre os integrantes, estes ocorreram nas penumbras das ladeiras e nas encostas de casarões abandonados, quando não dentro dos mesmos, mas sempre às escondidas".

Apesar da aparente inconsistência da demanda judicial, por seus próprios méritos a ação ainda ganhou força antes de virar objeto de chacota dos moradores da cidade, em virtude do teor da réplica apresentada pelo autor, que contou com um parecer desenvolvido pelo doutrinador local Juvêncio de Farias, asseverando que "sendo objetiva a responsabilidade do Estado, mesmo que este não pudesse interferir na lascívia dos que festejavam, o estudante jamais poderia ter saído tão amuado de um evento público".

Ao autor da demanda, no entanto, como resultado de uma "aventura jurídica" que já entrou para o folclore do município, não restaram apenas consequências nocivas. Afinal, em que pese a sentença que deu cabo ao processo ter julgado a demanda totalmente improcedente, o estudante se saiu vitorioso após ter arranjado como namorada uma funcionária do setor de aconselhamento psicológico do município, que passou a freqüentar por indicação do próprio magistrado responsável pelo encaminhamento do caso.

Segundo a própria Municipalidade, tal acontecimento afetivo ocorreu sem nenhuma participação do Estado.
De Rodrigo Amaral Paula de Méo, da Gazeta Jurídica de Piracema Branca do Norte

domingo, dezembro 02, 2007