terça-feira, novembro 30, 2010

Minha Namorada - Carlos Lyra

Soneto

Manoel Neto

Dormir embebido em solidão
é mergulhar nu em águas salubres
que te fazem atiçar mais adores
contrariando a própria razão.

Submerso na fria escuridão,
rodeado de perdas e amores
que me fazem sentir as mesmas dores
que de mim, talvez, nunca sairão.

Perco o meu sono já desgastado,
trazendo de volta o meu cansaço
que me acompanha o dia todo.

Eu percebo, assim, que o passado
sempre permanecerá acordado
sedimentando a vida em lodo.

segunda-feira, novembro 29, 2010

Taperoá promoverá 1º Festival Cariri Mostra Artes do Povo

Fonte: Blog da UEPB
A cidade de Taperoá se prepara para a realização do 1º Festival Cariri Mostra Artes do Povo e para o 1º Seminário Cariri Paraibano: Território Articulado como Espaço de Cultura, Desenvolvimento e Cidadania. Os eventos serão realizados entre os dias 9 a 12 de dezembro. A palestra de abertura será com o escritor paraibano (natural de Taperoá), Ariano Suassuna.

Os eventos estão sendo organizados pelo Pontão de Cultura Cariri Território Cultural, Prefeitura de Taperoá e Fórum de Cultura e Turismo do Cariri Paraibano, em parceria com Sebrae e Governo do Estado da Paraíba, entre outros órgãos e entidades.

Durante três dias, grandes nomes e pensadores da cultura brasileira, mestres da cultura, artesãos e representantes de pontos de cultura, ONGs e manifestações da cultura popular participarão das discussões em Taperoá.

Além do escritor Ariano Suassuna, que abrirá o encontro no dia 10, artistas de renome nacional como os cantores e compositores paraibanos Zé Ramalho, Vital Farias e Chico César, devem participar do evento, que discutirá a identidade cultural da população do Cariri da Paraíba. É possível que o encerramento, no dia 12, seja feito pelo ministro da Cultura, Juca Ferreira. A inciativa reunirá secretários de cultura de vários estados do Nordeste.

As ações incluem um conjunto de atividades de caráter cultural, econômico, educacional, turístico, social, ambiental e promocional, constituindo-se num espaço referencial de debates, reflexões, exposições e deliberações em torno de um programa de desenvolvimento sustentável da região através da cultura.

Serão apresentadas experiências e intercâmbio do Cariri paraibano com regiões do Rio Grande do Sul, Vale do Jequitinhonha, Cariri Cearense, Agreste pernambucano, Seridó do Rio Grande do Norte , Região Amazônica, entre outras regiões do país.

Todas essas iniciativas vão contribuir para a formação de redes de promoção das atividades culturais de forma articulada para transferências de tecnologias e metodologias construídas pelo Pacto Novo Cariri, que vem tornando a região do Cariri Paraibano em referência nacional em gestão compartilhada e espaço de cultura, desenvolvimento e cidadania.

de cachimbos

Durante minha infância toda, cantei a nostálgica canção dessa forma: Hoje é domingo, pé de cachimbo... e por aí vai. Naturalmente, surgiu-me a dúvida em relação a esse tal pé de cachimbo. Quando criança, tudo é conversa mesmo, não levava isso em consideração, até pude ter acreditado mesmo que existia uma árvore com cachimbos. Depois de mais velho, a cada domingo que repetia a música, a questão me retornava, e respondia a mim mesmo que era música de criança sem sentido, pelo menos era uma musiquinha menos aterrorizante, se levarmos em conta tais passagens do cancioneiro infantil: "boi da cara preta, pega esse menino que tem medo de careta", "ah, ah, ah, menino que chora quer apanhar", "o cravo brigou com a rosa debaixo de uma sacada"... só violência, a do cachimbo pelo menos falava de algo mais pacífico. Eis que certo dia, um dos dias improdutivos da minha vida, fui pesquisar na internet e descubro a letra correta, apagando, por um momento, a cena onírica da primeira versão, qual seja: hoje é domingo, pede cachimbo. Ahh, era o verbo pedir. Por um instante tudo se iluminou e senti que perdi anos da minha vida cantarolando equivocadamente a cada fim de semana. E descobri, ainda, outras estrofes que não conhecia. Pois é, a música fala de ócio e tal... pedir um cachimbinho no domingo de manhã. Apesar de não ser algo recomendado para uma criança, ao menos fez mais sentido ou, ao menos, equivale à atitude de um estudante cheio de coisa pra fazer, criar um post no blog falando sobre isso.

sábado, novembro 27, 2010

Slawomir Idziak

Sou um grande fã do falecido cineasta polonês Krzysztof Kieslowski. Assisti, naturalmente, à Trilogia das Cores, ao Decálogo, e a alguns outros filmes dele. E sempre me chamou a atenção, dentre outras coisas, a fotografia. Antes disso, como todo mundo que assiste Kieslowski, fui dar uma pesquisada sobre o tal do  Van den Budenmayer, que descobri depois se tratar, na verdade, do compositor Zbigniew Preisner, responsável pela composição da trilha sonora de vários filmes do diretor polonês. Antes do turbilhão de estudos começar a degradar meu fígado, comecei a ler o livro Lacrimae, do esloveno Slavoj Zizek, que fala sobre cinema, e, se não me engano, ele não é muito fã das composições de Preisner. Eu gosto, e acho que Kieslowski utiliza nos seus filmes de maneira genial. Como também se utiliza da fotografia.
Li em algum lugar que o diretor disse que a parte plástica do filme é fundamental. Concordo. Não é tudo, claro, mas com uma fotografia ruim, perde algo o resto. Mesmo nos filmes em preto e branco, basta lembrar da fotografia maravilhosa dos filmes de Ingmar Bergman. Mas, isso tudo foi só pra falar sobre o sujeito que fez muitas das direções de fotografia do polonês, o também polonês Slawomir Idziak(foto), que trabalhou também com outros diretores como Ridley Scott e trabalhou no quinto filme Harry Potter. Recomendo a todos os filmes de Kieslowski, um dos meus diretores favoritos.

Syd Barrett

John Lennon in Madison Square Garden / Mother

Há mais ou menos dez anos, quando estava no ápice da minha "fanzice" pelos Beatles, e nem o DVD, nem a internet estavam muito popularizados, gravava tudo que ia passar na TV que tivesse alguma relação com eles. Pois bem, fiquei sabendo que iria passar o show de John Lennon em Nova York no Madison Square Garden... o que seria normal para mim, se essa notícia não tivesse chegado a mim cerca de meia hora antes de iniciar o show, no canal MGM. Não tinha nenhum VHS virgem, e nem um que pudesse gravar por cima. Pirei!! Liguei para uns amigos, nenhum tinha VHS... ai veio a solução: meu pai tinha um amigo que tem uma grande loja aqui na cidade que vende todo tipo de material fotográfico e relativos. Como morávamos perto dele, fui lá correndo, com uma bermuda rasgada que estava, uma camisa que era mais velha que eu, mas fui. Cheguei lá, estava acontecendo uma festa. Mas não era uma festa qualquer, era um negócio chique, todo mundo muito bem alinhado, um carinha cantando no violão, whisky e tal e tal... e eu na campainha. Chega a esposa do cidadão, mancando, depois que lembrei que ela tinha passado por uma cirurgia na perna... quis nem saber: Minha filha, é o seguinte, to precisando urgentemente de um VHS virgem pra gravar um troço ali, pago o preço que for (mentira), mas só saio daqui com a fita. Ela: Certo, meu filho, vou ali pegar uma... E foi mesmo, mas como tava mancando, demorou um bocado. E eu lá na festa, olhando pro relógio, quase invadindo os aposentos da casa pra tentar ajudar. Depois de um tempo chega ela com o VHS. Só deu tempo eu dizer: Amanhã passo lá na loja pra acertar. E saí correndo pra casa. Coloquei a fita, e REC / PLAY. Não deu mais de um minuto o show começou. Consegui gravar o show completo.
Não contente, procurei se havia o CD desse show. E havia, mas não com todas as músicas que passaram no VHS. Não podia, eu tinha que fazer alguma coisa. E fiz. Puxei umas gambiarras do Vídeocassete pro computador, com um programa que tinha arranjado... sei que consegui gravar o show completo em áudio. Por algum motivo perdi esse áudio. Mas não fiquei de todo triste, porque depois de um tempo, fui a João Pessoa e encontrei em um sebo um LP desse show, baratíssimo, por sinal, uma coisa sensacional, original da época, mas sem as músicas todas. Fui procurá-lo agora pra colocar uma foto, mas descobri que está na outra casa, o que foi bom porque amanhã mesmo irei pegar todos os meus LPs. Para vocês, coloco um vídeo desse espetáculo, que marcou a volta de Lennon aos palcos, cantando uma das suas músicas mais lindas: Mother.
Certa vez perguntaram a John Lennon se essa música falava sobre sua família, e ele respondeu: Não só sobre a minha família, mas sobre 99% das famílias.

sexta-feira, novembro 26, 2010

X SEMAJUD do TRT/PB

Do dia 2 de dezembro, ao dia 4 de dezembro, o Tribunal Regional do Trabalho da 13ª Região - Paraíba - organizará a X Semana do Judiciário (SEMAJUD), na cidade de João Pessoa.
As inscrições - gratuita -  para a X SEMAJUD devem ser feitas no site http://www.trt13.jus.br/semajud2010 e a participação fica condicionada à doação de 1Kg de alimento no dia do credencialmente.

Com trabalhos, até o dia 25/11;
Sem trabalhos, até 30/11.

Vagas limitadas.

Folha seleciona projetos versando sobre a História do Jornalismo

Fonte Blog da UEPB
A Folha deu início à segunda edição de seu concurso de incentivo a pesquisas sobre a história do jornalismo brasileiro.
Como em sua primeira edição, encerrada em abril deste ano, o concurso Folha Memória vai selecionar três projetos de pesquisa e premiar os seus autores com uma bolsa para cada um.
Nos seis meses em que receberão a bolsa, de R$ 2.400 mensais, os candidatos deverão conduzir sua pesquisa com rigor acadêmico e transformá-la em um texto de interesse geral e caráter jornalístico. O melhor dos três textos será publicado em livro editado pela Publifolha, e seu autor ganhará um laptop.
A seleção dos três bolsistas e a do melhor trabalho ficará a cargo de duas bancas distintas, cada uma composta por um jornalista da Folha, um especialista convidado e um representante da Pfizer, que patrocina o concurso.
Os projetos inscritos podem ter como tema a investigação de fenômenos de qualquer época do jornalismo do país e não precisam ficar restritos a um meio específico -podem ser estudados veículos impressos, on-line etc.
A inscrição deve ser feita na internet, até 17 de dezembro (www.folha.com.br/1028819). No site está disponível o regulamento do Folha Memória.

PRIMEIRA EDIÇÃO
A primeira edição do concurso, lançada em maio do ano passado, recebeu a inscrição de 461 projetos.
A vencedora foi a jornalista Flávia Péret, 31, com o trabalho, "Imprensa Gay no Brasil - Entre a Militância e o Consumo".

Cartola

Estação Cabo Branco expõe vida e obra de Jackson do Pandeiro

Fonte PMJP
Uma exposição em formato multimídia, composta por biografia, discografia e fotografias do paraibano Jackson do Pandeiro, um dos ícones da cultura nordestina, poderá ser conferida a partir desta sexta-feira (5), no segundo pavimento da Torre Mirante da Estação Cabo Branco – Ciência, Cultura e Artes, no bairro do Altiplano. A exposição "Jackson do Pandeiro – Estação dos Ritmos" será aberta às 19h e permanece no local até o dia 28 de novembro, com horário de visitação de terça a sexta das 9h às 21h e sábados, domingos e feriado de 10h até as 21h.
"Estação dos Ritmos" faz referência ao autodidatismo de Jackson do Pandeiro, que aprendeu a tocar sozinho vários instrumentos (violão, pandeiro, pífano e caixa de fósforos). Na mostra o visitante vai encontrar fotografias da trajetória do artista – como shows e entrevistas que concedeu em programas radiofônicos e televisivos –, o registro de um acidente de automóvel que sofreu e seu encontro com jovens artistas da época, entre eles, Alceu Valença, Elba Ramalho e Zé Ramalho. Vai conferir também a exibição de documentários sobre a vida e obra de Jackson, que passou a ser conhecido e reconhecido internacionalmente como O Rei do Ritmo.
Uma parte dos objetos expostos nesta exposição faz parte do acervo do Museu de Jackson do Pandeiro, localizado em Alagoa Grande (PB), e outra do jornalista e biógrafo Fernando Moura, autor, juntamente com o jornalista Antônio Vicente, do livro "Jackson do Pandeiro – O Rei do Ritmo" e também idealizador da mostra.
A exposição é resultado de uma parceria entre a Estação Cabo Branco e o Serviço Social do Comércio (SESC) de Santo André (SP), que, de acordo com Fernando Moura, reedita, na terra do artista, parte da exposição montada em São Paulo nos meses de março a maio deste ano, integrando as comemorações pela passagem dos 90 anos do artista, comemorados em agosto de 2009. "Dessa forma, instituições públicas locais e nacionais vão disseminando a rica cultura paraibana, incorporando de pleno corpo à alma plena de um brasileiro imortal", comentou o jornalista Fernando Moura.
Jackson do Pandeiro – José Gomes Filho é natural de Alagoa Grande, região do brejo paraibano. A mãe era cantadora de coco, tocava zabumba e ganzá. Quando tinha 13 anos de idade, se mudou com a família para Campina Grande (PB), onde começou a prestar atenção nos cantadores de coco de roda e nos violeiros das feiras. O nome artístico, Jackson do Pandeiro, surgiu por influência dos filmes americanos de faroeste que assistia no cinema.
Na década de 1940, mudou-se para João Pessoa, onde tocou em cabarés e emissoras de rádio. Mais tarde foi para Recife, e foi lá, na Rádio Jornal do Comércio, que adotou definitivamente o nome Jackson do Pandeiro. Em 1953, gravou seus primeiros sucessos: "Sebastiana" (Rosil Cavalcanti) e "Forró em Limoeiro" (Edgar Ferreira). Três anos depois casou-se com Almira, que se tornou sua parceira nas apresentações. No mesmo ano foram para o Rio de Janeiro e Jackson foi contratado pela Rádio Nacional, onde foi um sucesso de público e crítica por sua maneira de cantar baiões, cocos, rojões, sambas e marchinhas de carnaval.
Sua influência é até hoje sentida em artistas que regravam as músicas que Jackson celebrizou, a exemplo de "O Canto da Ema", gravada por Lenine; "Na Base da Chinela", por Elba Ramalho; "Lágrima", por Chico Buarque, ou "Um a Um", pela banda Paralamas do Sucesso. Compositor inspirado e instrumentista de raro talento, popularizou outros clássicos da música nordestina, como "Chiclete com Banana" (Gordurinha/ Almira Castilho), "Xote de Copacabana" (José Gomes), "17 na Corrente" (Edgar Ferreira/ Manoel Firmino Alves), "Como Tem Zé na Paraíba" (Manezinho Araújo/ Catulo de Paula), "Cantiga do Sapo", "A Mulher do Aníbal", "Ele Disse" (Edgar Ferreira) e "Forró em Caruaru" (Zé Dantas). Em 1998, Jackson do Pandeiro foi o grande homenageado no 11º Prêmio Sharp de Música.
          
Dividindo com Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, a supremacia da base musical nordestina, influenciando gerações de todos os matizes, Jackson do Pandeiro, através de sua obra, precisa ser revisitado e reintroduzido em atentos ouvidos e corações, disse o biógrafo Fernando Moura. "Está nele o lastro inspirador para que a autêntica riqueza rítmica brasileira não se dilua ou seja triturada por um mercado insano. Este ainda é o país mais musical do planeta. É ver, ouvir e se deleitar. Boa viagem!", finalizou.
           
Fernando Moura – É paulistano, mas desde 1935 adotou a Paraíba como sua terra. Além de jornalista, é escritor e compositor. Escreveu e editou nos principais jornais e revistas paraibanos, desde 1979, quando iniciou a carreira, como repórter do Jornal O Norte, do Grupo Diários Associados Paraíba. Coordenou, entre 1983 e 90, o Departamento de Marketing do Banco do Estado da Paraíba. Atuou nas diretorias do Sindicato dos Jornalistas, Associação Paraibana de Imprensa (API) e Associação Atlética Banco do Estado. Fundou e presidiu, por dois mandatos, a Associação Centro Histórico Vivo (Acehrvo), organização não governamental que luta pelo processo de revitalização do patrimônio histórico de João Pessoa.
           
Autor, juntamente com o jornalista Antônio Vicente, da primeira e única biografia do cantor e compositor paraibano Jackson do Pandeiro, lançado pela Editora 34, de São Paulo, Fernando Moura montou o projeto que cria o Museu da Cidade, ora em desenvolvimento pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico da Paraíba (Iphaep). Ele também é criador e editor executivo da Textoarte Editora, empresa responsável pelo lançamento de mais de 100 títulos de autores paraibanos nos últimos dez anos, entre ficcionistas, poetas e ensaístas.
           
Atualmente está à frente da Coordenadoria do Patrimônio Cultural de João Pessoa (Copac/JP), órgão ligado à Secretaria de Planejamento (Seplan) da Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP). No campo literário, vem desenvolvendo pesquisa para a montagem da biografia de Antônio Barros, o maior compositor de forró vivo da música brasileira. Também já escreveu livros sobre a história da Câmara Municipal da Capital Paraibana e outros trabalhos na área de memória, com destaque para as edições de 'Cidade de João Pessoa – Roteiro de Ontem e de Hoje', de José Américo de Almeida, e 'Álbum de Memória', contendo imagens antigas da cidade, a partir do acervo do Museu Walfredo Rodriguez. Atualmente também está preparando livro sobre personagens contemporâneos do universo cultural nordestino.

SERVIÇO:
JACKSON DO PANDEIRO – A ESTAÇÃO DO RITMO
Abertura: Sexta-feira (5)
Hora: 19h
Local: Segundo Pavimento da Torre Mirante da Estação Cabo Branco – Ciência, Cultura e Artes, no Altiplano.
A entrada é aberta ao público até o dia 28 novembro.
Visitação: Terça a sexta-feira, das 9h às 21h, e sábado e domingo, das 10h às 21h.

quinta-feira, novembro 25, 2010

Minha Flor

Jânio Leite

Começastes brotar em meu jardim
Tão pequena, tão meiga, tão formosa
Já crescendo com um jeito de dengosa
Ocupando um lugar dentro de mim

E ao te ver, já fui pensando assim
Que tu eras pra mim tão preciosa
A mais bela dentre tantas outras rosas
Que por ti meu amor cresceu sem fim

E a você vou dizer o que sentia
Não podendo conter minha alegria
E acabando de vez com meu sofrer

O jardim foi meu pobre coração
Essas linhas foram minha distração
E a rosa meu amor, era você.

Liv Ullmann

My Blueberry Nights

Sétima série, quase dormindo ao som de algum cálculo, desperto de repente com a professora vociferando: Meu amigo, tudo demais é muito.
Como disse, por ter acordado no meio da conversa, não sei o que ocorrera antes dessa frase. E ontem, depois de ter estudado um bocado e de ter jogado um pokerzinho, repeti comigo mesmo: Meu amigo, tudo demais é muito.
Parei um pouco o mundo e desci. Fazia já algum tempo desde a última vez que assisti a um filme... Parei ontem de madrugada para assistir a outro. Há algum tempo economizei algum dinheirinho para comprar um HD Externo, onde guardo os filmes que baixo na internet. Fui escolher. Passei por alguns de Hitchcock... não, não. Não é noite pra isso. Dei uma olhada em 12 homens e um segredo (12 angry men, 1957), de Sidney Lumet... até o selecionei por algum tempo... mas não. Li algum tempo algo sobre uma produção sino-francesa, do diretor chinês Wong Kar-Way, Um Beijo Roubado, (My Blueberry Nights, 2007) e decidi assistir a ele mesmo... Confesso que o escolhi, em boa parte, para ver como seria a atuação de Norah Jones, que estreou como atriz...e também porque a noite pedia algo assim. Mas já assisti sabendo que a crítica era dividida sobre esse filme.
Direi minhas impressões.
Achei o roteiro um pouco clichê... não sei, por mais que a história levasse a, sei lá, uma reflexão sobre a confiança entre pessoas em algumas cidades em que isso não é recomendado... achei exagerado, roteiro um pouco previsível, meio piegas até. Mas achei algumas coisas excelentes, que realmente me tocaram. Primeiro, a fotografia e toda a parte plástica do filme. Cores muito vivas, iluminação excepcional, que interagia com os personagens – as luzes de Nova York e Las Vegas foram exploradas de forma tocante – da mesma forma nos ambientes internos. Segundo, a utilização da câmera, um pouco distante, utilizada de forma muito inteligente, sem se intrometer na narrativa. Kar-Wai me fez vibrar com isso tudo. 
A trilha sonora é outro ponto alto do filme: jazz e blues, com Ry Cooder, Cat Power, entre outros... e com a própria Norah Jones. Novamente Kar-Way colocou essa preciosidade musical em algo (como se pudesse fazê-lo) como em segundo plano. Minha impressão foi como que se o diretor montasse a parte plástica e sonora do filme, em minha opinião excepcionais, mas em uma medida que não se sobrepujasse ao roteiro. O problema é que achei o roteiro fraco. Não sei até que ponto o diretor chinês estava ciente disso, mas o filme passou algo para mim independentemente da história. E acho que tanto sabia disso que pôs Norah Jones, apesar de protagonista, meio assim, por lá, vendo tudo se passar, sendo protagonista e coadjuvante ao mesmo tempo. Conseguiu fazer um bom filme, agradando a uns e outros. A grande atuação no filme, na minha opinião, foi de David Strathairn, que faz um policial alcoólatra. Se recomendo o filme? Claro que sim, e também sua trilha sonora.
SO(U)NETO

quarta-feira, novembro 24, 2010

Prates culpa governo por acidentes de trânsito no país

Meu amigo João sugeriu o seguinte vídeo para o blog:

terça-feira, novembro 23, 2010

Revista Política Externa


Inspirada na Foreign Affairs americana e editada trimestralmente há dezessete anos, a Revista Política Externa foi fundada com o objetivo de discutir as principais questões das relações internacionais e da economia política mundial sob o olhar e a perspectiva brasileiros, e, desde então, vem contribuindo notavelmente para o estudo dessas relações e para a análise da posição do Brasil no mundo.

A relevância do Brasil no cenário internacional e o papel que o país desempenha na Nova Ordem Mundial, assim como a tendência à internacionalização das empresas e o número crescente de cursos de Relações Internacionais no país, explicam por que uma publicação brasileira com este perfil se faz imprescindível nos dias de hoje. Política Externa enfoca questões polêmicas envolvendo os blocos econômicos e o futuro da América do Sul, particularmente o Brasil, abordadas de forma acessível, com a seriedade e o rigor dos trabalhos acadêmicos.

A revista ressalta a importância das discussões internas, promovidas pelo governo brasileiro com os vários segmentos da sociedade, para assegurar reciprocidade nos esforços de abertura de mercados.

A publicação — crítica, apartidária e sem posições doutrinárias — está aberta a opiniões e contribuições de alto nível e tem como únicas exigências a competência intelectual e o rigor no tratamento dos fatos.

A Política Externa é produzida pela Editora Paz e Terra, com o apoio do Grupo de Conjuntura Internacional da USP e do Instituto de Estudos Econômicos e Internacionais (IEEI) da UNESP.


Presidente do Conselho Editorial: Celso Lafer
Editor: Carlos Eduardo Lins da Silva
Editora-Adjunta: Maria Helena Tachinardi
Conselho Editorial: Celso Lafer, Boris Fausto, Carlos Eduardo Lins da Silva, Fabio L. P. Magalhães, Fernando Abrucio, Fernando Gasparian (1931–2006), Fernando Henrique Cardoso, Gelson Fonseca Jr., Gilberto Dupas (1943–2009), Helio Jaguaribe, Jacques Marcovitch, Luciano Martins, Luis Fernando Ayerbe, Luis Felipe Lampreia, Marco Aurélio Garcia, Marcos de Azambuja, Maria Hermínia Tavares de Almeida, Maria Regina Soares de Lima, Roberto Teixeira da Costa, Rubens Ricupero.

segunda-feira, novembro 22, 2010

Alfred Hitchcock Collection

A Saraiva lançou já há algum tempo um super box com 18 dvds de grande diretor britânico Alfred Hitchcock. Não vi pessoalmente a coleção, mas deve ter um acabamento bonito... sei que a caixa é em formato de claquete. Com certeza seria mais fácil fazer um box com alguns filmes não muito bons de Hitchcok, mas convenhamos que essa ideia não é das mais inteligentes. Então o presente box se propõe a trazer alguns dos filmes mais importantes/conhecidos do mestre do suspense. Já teria comprado, não fosse o preço um pouco salgado, mas justo. Para quem se interessar, ou quiser presentear o blogueiro, eis o link Alfred Hitchcock Collection.

domingo, novembro 21, 2010

Revista Direito e Liberdade

Outra revista muito boa é a Direito e Liberdade, editada pela Escola Superior da Magistratura do Rio Grande do Norte de Mossoró. É publicada semestralmente desde o ano de 2005. Conheci através de um professor do RN que participou de uma banda minha, o Prof. Fábio. Acho bacana que eles geralmente abrem algum espaço para alunos da graduação. Até o penúltimo número, a revista era impressa e eletrônica, agora é somente eletrônica. Para quem deseja ler os ótimos artigos já publicados, ou pensa em enviar algo, o site da revista é Revista Direito e Liberdade.

sexta-feira, novembro 19, 2010

I Salão Internacional do Livro da Paraíba começa nesta sábado no Espaço Cultural

Fonte: O Norte
A partir de sábado, dia 20, João Pessoa estará com as atenções do mundo literário voltadas para ela. Podemos dizer que a nossa cidade será durante oito dias, a capital brasileira das letras.
O “I Salão Internacional do Livro” que acontecerá no Espaço Cultural José Lins do Rego atrairá as atenções do Brasil, e de outros países também, de uma forma nunca antes vista. A abertura oficial ocorrerá às 10h com a presença do governador José Maranhão. Em seguida haverá a palestra “O livro e a leitura no Brasil” de José Castilho no Cine Bangüê.
Como forma de abranger um público eclético, o “Salão Internacional do Livro da Paraíba” em sua primeira edição, abrirá espaço para o cinema, para a música e para o teatro.
Nomes de ponta da literatura brasileira estarão participando do evento, tais como Nélida Piñon, Afonso Romano de Sant’anna, Marina Colasanti,  Ignácio e Loyola Brandão, Mário Prata, Pasquale Cipro Neto, Bráulio Tavares e Arnaldo Antunes.
A abertura oficial no sábado será marcada por uma palestra de José Castilho (Plano Nacional do Livro e Leitura) que acontecerá no Cine Bangüê, pela manhã, a partir das 10 horas.

quinta-feira, novembro 18, 2010

Clóvis Júnior

 Há cerca de dois anos minhas raízes nordestinas emergiram à superfície da minha pele. Isso porque por muito tempo dava atenção quase que exclusiva à música britânica, americana, ou mesmo quando nacional, mais ou menos longe do meu torrão. Mas chega um tempo que o que sempre foi passa, enfim, a ser. Não posso negar que a poesia foi grande responsável, seguida pela música, o forró pé de serra, que acho simplesmente maravilhoso, até pela delicadeza e sensibilidade que imprimem, contrariando um pouco o sertanejo euclidiano. Ora, o que é ser mais sensível que, diante de todas as dificuldades para suprir as necessidades vitais básicas, que tanto calejam o espírito de um homem, apesar disso, ainda um sertanejo ter, sei lá, a coragem de dizer versos do tipo: “ela nem olhou pra mim, passei horas no espelho me arrumando o dia inteiro e ela nem olhou pra mim”, “você bagunçou meu coração, tirou ele do peito e sacudiu pela calçada”, ou ainda o tino de comparar a felicidade com uma burrinha, entre outras.
Sem falar ainda no que, para mim, é a maior das artes, o que prova que um sujeito é verdadeiramente gênio: o repente. Certa vez fui assistir a um concurso de repentistas, e saí de lá muito mais do que impressionado. Nunca havia participado de um concurso desses, aí fiquei lá, quietinho, assistindo... Depressivo para alguém que, como eu, ainda arrisca fazer alguns versos. Eu passo, no mínimo, horas para escrever um soneto, com rima e métrica. Os caras faziam de improviso coisas geniais, o sorteio era feito na hora do estilo (martelo agalopado, Galope à beira mar, redondilha, décima, carretilha, etc.), o tema da poesia. Para se ter uma idéia, o galope a beira mar, por exemplo, tem esquema rímico próprio (ABBAACCDDC), e deve ser obedecido pelo poeta... de improviso.
Pois bem, isso tudo pra dizer que nessa mesma época participei de um evento aqui em Guarabira, e tive a oportunidade de conhecer o pintor/escultor guarabirense Clóvis Júnior. Na ocasião, consegui adquirir um livro sobre o seu trabalho. Cheguei em casa fui ver do que se tratava. Sabia que ele era muito conhecido mundo a fora, mas não conhecia seu trabalho. Eis minha surpresa quando vejo que é adepto da chamada Arte Naïf, ou Arte Primitiva Moderna, que é a arte executada por artistas sem formação acadêmica, de traços simples, o que não significa que seja a arte Naïf, em sim, uma arte simples ou de menor qualidade, tendo em vista a necessidade de estudo, pois presume a existência de uma arte acadêmica para o seu “não seguimento”, a sua “não execução”, sendo assim um contraste no proceder artístico.
O que Clóvis Júnior faz com maestria é conjugar esses elementos Naïf com a cultura nordestina de raiz, com grande influência da xilogravura, e de uma forma belíssima. Beleza e crítica social. As referências passam pelas feiras, pelas festas, pescarias, religiosidade e costumes do nordeste brasileiro.
Em 1993, Clóvis Júnior participou do 1º Concurso Nacional de Cartazes criado pela ONU, com o tema “As drogas e o nosso futuro”. Logrou a primeira colocação, tendo sido esse trabalho divulgado em todo o Brasil e em vários países da Europa, onde a Arte Naïf é muito valorizada. Além disso, foi condecorado com várias comendas e honrarias no Brasil e no exterior, participando, ainda, de exposições individuais e coletivas em Portugal, Estados Unidos, França, Inglaterra, Argentina, Itália e Alemanha.
No mais, deixo para a sensibilidade sertaneja de cada um, o site de Clóvis Dias Júnior. http://www.clovisjunior.com.br/

quarta-feira, novembro 17, 2010

A cada nova versão, o Congresso Internacional de Direito Constitucional alcança novos patamares qualitativos e quantitativos. Em Natal - RN, o Congresso, em sua última versão, bateu todos os recordes, seja na quantidade de trabalhos apresentados, seja na de congressistas inscritos de todas as partes do Brasil. E, de igual forma, a EBEC reuniu seletíssimo grupo de palestrantes nacionais e internacionais durante três dias de evento. Paralelamente ocorre a feira de livros jurídicos com as principais livrarias e editoras do país, ocupando todos os espaços disponíveis, na Praça de Convivência.

Para este ano, a ser realizado no Centro de Convenções, da bela e sempre acolhedora cidade de Natal-RN, aguarda-se números que igualem ou superem todos os anteriores. Teremos como show de encerramento gratuito para os participantes o cantor Jorge Ben Jor, bem como uma vasta programação social para todos os participantes do evento.

Revista FIDES

A FIDES é uma revista eletrônica, semestral, destinada a artigos científicos e de Iniciação Científica, na orientação jurídico-filosófica, de veiculação livre e gratuita. Fiquei conhecendo graças a um amigo que fiz em um Congresso de Direito Constitucional em Natal(RN), o Jair Soares, que faz parte da equipe editorial. Não tive a oportunidade de enviar algum trabalho ainda, mas irei me esforçar para nessa edição submeter alguma coisa. Isso porque dei uma parada em quase tudo para me dedicar (quase) exclusivamente à monografia e ao Exame de Ordem (Sim, pretendo fazer a OAB).
A submissão dos trabalhos vai até o dia 05/01/2011, através do site da revista, e o lançamento da Terceira  Edição será no dia 25/02/2011, eletronicamente, no site da revista.
Para o edital e para as edições anteriores, visitem o site da revista http://www.revistafides.com/

Paraibano é vice-campeão de xadrez em olimpíada nacional

Fonte: Portal Correio/Da ascom UFCG
 
O estudante de doutorado em Ciências da Computação da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Paulo Eduardo Barbosa, conquistou o segundo lugar na modalidade xadrez masculino das Olimpíadas Universitárias Brasileira (JUBs 2010), realizadas de 3 a 15 deste mês em Blumenau, Santa Catarina.
Das sete partidas disputadas, o enxadrista da UFCG perdeu apenas a final para o grande mestre pela Federação Internacional de Xadrez e hexacampeão brasileiro, Giovanni Vescovi, da Universidade Paulista (Unip).
Com o vice-campeonato, Paulo Eduardo Barbosa está credenciado para representar a Paraíba e o Brasil na competição Universíade de 2011, a ser disputada na China, além do Mundial de Xadrez que será realizado em Portugal.
Atualmente, o enxadrista da UFCG é campeão paraibano, segundo lugar no ranking do Nordeste e oitavo no Brasil.

terça-feira, novembro 16, 2010

A Editora Companhia das Letras mantém um blog muito bom sobre, segundo a sua própria descrição, "dedicado à cultura do livro, e não apenas à divulgação dos lançamentos da editora.".
Algumas charges, alguns textos, pequenas resenhas, notícias sobre livros e também a divulgação de eventos ligados à música, literatura, enfim...
Por exemplo, agora mesmo está lá a divulgação da Noite de autógrafos com Daniel Galera e Rafael Coutinho em João Pessoa. A quem possa interessar, será dia 16 em Tambaú. Achei interessante o blog, vale ficar antenado.

Blog da Companhia das Letras.

Banda de Liam Gallagher, Beady Eye divulga primeiro clipe


A banda inglesa Beady Eye, liderada por Liam Gallagher, divulgou seu primeiro clipe no site do grupo.

"Bring The Light" é o primeiro single da banda que conta ainda com os ex-integrantes do Oasis Gem Archer e Andy Bell, além de Chris Sharrock.

Antes de estrear o clipe, a música foi diponibilizada para download grátis na página da banda, na semana passada.

O primeiro disco do Beady Eye deve ser lançado no começo de 2011. As gravações foram feitas no estúdio do produtor Steve Lillywhite, que trabalhou com U2, entre outros.

sábado, novembro 13, 2010

Paulinho da Viola - Filosofia

A tirinha que coloquei abaixo me fez lembrar da música Filosofia, do Grande Noel Rosa, que nesse vídeo é cantada por outro grande nome da música brasileira: Paulinho da Viola.

sexta-feira, novembro 12, 2010

Meretrio

Deitado, última zapeada antes de dormir, passo na SESC TV novamente... Da última vez essa passagem me rendeu uma ótima novidade, ao menos para mim, que foi a banda Macaco Bong. Dessa vez, igualmente, outra preciosidade. Trata-se de um trio sensacional. Com uma mistura inteligentíssima de Jazz, rock, frevo, tango.. enfim, algo fino e agressivo, elegante e transgressor, resumindo em uma palavra: Maravilhoso. Gravaram três álbuns, dois no formato power trio, e um (o segundo) com mais seis instrumentos de sopro. A essa formação deram o nome Projeto Meretrio.
O som é mais tranquilo que o do Macaco Bong, o que, naturalmente, não quer dizer que seja algo melhor ou pior, mas sim algo próprio. Já virei fã das duas bandas. O noneto Projeto Meretrio passou a fazer parte de um projeto chamado Movimento Elefantes, que agrega nove bandas entre big bands e orquestras paulistas. Uma descoberta de tabela. Pretendo tentar conhecer todas as outras bandas. Na medida em que for escutando, foi postando o que acho... Er... a SESC TV já se impõe como algo obrigatório. E não o era antes porque via a emissora como de uma programação preponderantemente de dança, coreografia e tudo o mais, o que não curto muito, talvez por desconhecimento.
Engano Meu!




 

Para conhecer mais sobre o Meretrio, visite o MySpace deles.

quarta-feira, novembro 10, 2010

Fernando Meirelles lança livro com fotos dos bastidores do filme "Ensaio sobre a cegueira"

Fonte: Revista Cult por Wilker Sousa


Ao espectador comum, os muitos fatores envolvidos na produção de um filme costumam passar despercebidos. Da elaboração do roteiro, passando pela escolha do elenco, até minúcias de ordem técnica, tudo fica oculto quando se assiste ao resultado final. O livro Cegueira, um Ensaio, de Fernando Meirelles, é uma rara oportunidade de olhar por dentro os bastidores de um longa-metragem. Idealizado por Silvinha Meirelles, irmã de Fernando, trata-se de uma reunião dos textos publicados pelo diretor em seu blog no período de produção e filmagem de Ensaio sobre a Cegueira, inspirado na obra homônima de José Saramago.

Meirelles confidencia ao leitor suas dúvidas, inseguranças, decisões e também as lições aprendidas no set, como a passagem em que revela a surpresa com a atuação de Sandra Oh e Mpho Koaho: “Qualquer papel merece um grande ator, e qualquer grande ator consegue transformar um papel”. É por causa dos imprevistos que surgem ao longo das filmagens que o diretor não costuma fazer story-boards: “Em geral deixo muitas portas abertas no processo de preparação de um filme para poder mudar na hora ao sabor do momento. Acho que neste filme sofri menos para tomar as decisões que tomei, mesmo sabendo que podiam não agradar a todos, como de fato aconteceu”, afirma à CULT. O livro traz ainda uma versão do roteiro, além de 285 fotos especialmente tratadas para manter a identidade com o filme, cuja marcante claridade remete à cegueira branca. O senão fica por conta do preço, que torna o trabalho restrito a cinéfilos endinheirados.

Cegueira, um Ensaio
Fernando Meirelles
Master Books
144 págs. – R$ 190

luz...

Peço desculpas aos meus dois ou três leitores pela falta de dedicação. Mas esse fim de ano está carregado. Enfim, adianto que estou com algumas ideias pro blog... quem viver, verá! No mais, essa última notícia que coloquei sobre o Coppola me fez lembrar que devido ao pouco tempo, tenho deixado um pouco de lado uma das minhas paixões: o cinema. Lembro que, não há muito tempo, assisti em menos de dez dias o Decálogo de Kieślowski, e assistia muitos filmes por semana. Mas a vida é dura, e nós temos que deixar algumas coisas (sempre as coisas que gostamos) um pouco de lado, mas com a esperança de depois voltar e ser melhor do que foi... Ainda quero escrever também aqui algumas coisas sobre cinema, mas vamos por partes. Por hora, deixo alguns sites e blogs sobre cinema que frequento.

Surreal Moviez

Boulevard Cinema

Multiplot

Cine-má!

Cine Cafe

O Cinema e a pessoa

É tudo mentira

Cinema com Rapadura

Adoro cinema

Blog de cinema

Sobretudo, cinema

Blog Doutor Caligari

terça-feira, novembro 09, 2010

Francis Ford Coppola vem ao Brasil em novembro para lançar Tetro

Fonte: Pipoca Moderna

O cineasta americano Francis Ford Coppola vem ao Brasil em novembro para lançar seu mais recente filme, “Tetro” (2009). Coppola escreveu, dirigiu e produziu o filme de forma independente.

Segundo a Imovision, responsável pela distribuição de “Tetro” no país, Coppola chega em São Paulo no dia 29 de novembro. Durante a manhã, ele participa de uma conversa com alunos e professores da FAAP. À noite, recebe convidados para a pré-estreia do longa no cinema Reserva Cultural. No dia seguinte, segue para o Rio, onde participará da pré-estreia carioca de “Tetro”, em local ainda não confirmado.

A data de estreia do longa no circuito comercial está marcada para o dia 10 de dezembro.

“Tetro” conta a história de Bennie (Alden Ehreinreich), um jovem de 18 anos que viaja para Buenos Aires à procura de seu irmão mais velho, Tetro (Vincent Gallo), desaparecido há mais de uma década Ele descobre que o irmão se tornou uma pessoa melancólica, que pouco se parece com a imagem da qual ele se lembrava.

5ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul

Em 2010, a Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul completa cinco anos. Criada em 2006 para celebrar o aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos a Mostra vem se firmando como um espaço de reflexão, inspiração e promoção do respeito à dignidade intrínseca da pessoa humana.

O Brasil tem buscado fortalecer a educação e a cultura em Direitos Humanos, visando à formação de uma nova mentalidade para o exercício da solidariedade, do respeito às diversidades e da tolerância. Como expressão artística, o cinema possui uma linguagem própria, capaz de tocar pessoas, despertar sentimentos, sensibilizar olhares e construir identidades comuns. Desta forma, a arte permite conhecer e interagir.

Inicialmente exibida em quatro cidades, a Mostra veio crescendo a cada ano. Esta quinta edição estará presente em 20 capitais brasileiras, percorrendo as cinco regiões do Brasil. No ano passado, registrou um público superior a 20 mil pessoas, em 16 cidades. A estimativa para este ano é que este número seja duplicado, pelo aumento no número de cidades participantes e pelo reconhecimento que o evento já conquistou.

A 5ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul é uma realização da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, com produção da Cinemateca Brasileira, patrocínio da Petrobras e apoio do SESC-SP, da TV Brasil e do Ministério das Relações Exteriores. Com todas as sessões gratuitas, sempre em salas acessíveis para pessoas com deficiência, a Mostra é um convite ao olhar e à sensibilidade cinematográficos, que traduzem temas atuais de Direitos Humanos e despertam a reflexão e a construção de identidades na diversidade.

Prevista no eixo Educação e Cultura em Direitos Humanos do Programa Nacional de Direitos Humanos/PNDH-3, que foi apresentado pelo presidente Lula em 2009, a realização da Mostra possibilita que o cinema seja reconhecido como importante instrumento para o debate, a promoção e o respeito aos direitos fundamentais. Em sua quinta edição, a Mostra já pode ser vista como um marco consolidado no calendário anual dos Direitos Humanos em nosso País. Ela está destinada a prosseguir e se ampliar sempre mais nos próximos anos.

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A programação de João Pessoa está nesse link

http://www.cinedireitoshumanos.org.br/2010/joaopessoa.php

segunda-feira, novembro 08, 2010

We are coming to Brazil!

Meu estágio no Tribunal de Justiça me serviu para algumas coisas. Dentre as mais importantes, conhecer pessoas sensacionais que trabalharam comigo, para eu ter a certeza que não tenho talento algum para trabalho em cartório e para juntar um dinheirinho. Bolsa pouca, mas conseguia destinar uma percentagem para algo especial. Pois bem, passou show de Los Hermanos em Recife, passou Cranberries também em Recife, passou tudo, aliás, deixei passar tudo, com o coração na mão, mas consolado por estar fazendo tamanho sacrifício por algo maior: O show de Paul McCartney.
Há mais ou menos 9 anos, disse a mim mesmo que quando o Macca voltasse ao Brasil venderia até meu rim para ir assistir. Longe de um fanatismo desmedido, mas quem é fã é fã, e Paul não costuma vir muitas vezes para solo tupiniquim, prova é que a última vez foi em 1993. Pois bem.
Chegou o grande dia de comprar o ingresso. Acordei cedo, já tomando cuidado com o horário de verão, entrei na internet e colei meu dedo no F5. Até que apareceu: Vendas Aqui. E lá vai eu. Entrei, preenchi meus dados, selecionei o tipo de ingresso que queria, tudo em ordem, agora era só clicar em Concluir Compra e sair pro abraço. Ao fazer isso, a página recarregava... Bem... vamo denovo... tal e tal e tal... Concluir, página recarregava... Após a centésima nona tentativa, peguei o telefone do televenda: ocupado. e fiquei nessa a manhã toda. Recarregava, ocupada, recarregava, ocupado... até que os ingressos esgotaram.
Esse acontecimento me fez lembrar o que meu tio fala: sou tão azarado que se eu abrir uma fábrica de chapéu, as pessoas vão começar a nascer sem cabeça.
Não fico tão revoltado porque fiz o que pude, forças outras é que conspiraram contra mim. Hoje é o show dele em Porto Alegre, dia 21 e 22 em São Paulo. O que resta é assistir pela TV e tentar superar, ainda mais quando lançam vídeos como esse abaixo:



Quem sabe um dia eu ainda assisto a um show do McCartney... esperar e torcer.

The Beatles - Hello Goodbye

Pesando em algumas coisas hoje, lembrei dos versos de Hélio FerreiraAto contínuo, lembrei dos Beatles (sem querer fazer comparações, ok?):


domingo, novembro 07, 2010

Poesia


Quando a vida se faz angústia
A poesia vem, me alivia
Transporta-me na fantasia
De um mundo bem colorido.

E quando a vida me tortura
Enche-me os olhos de amargura
Eu vejo nas letras refúgio
Escrevo, explodo os muros
Dos limites da sanidade.

Saio da realidade,
Em busca do devaneio
E não tenho qualquer receio
De ser apontada louca
Abro o peito, grito rouca:

Nos labirintos da vida
Em ti esqueço as feridas
Poesia, és a liberdade!

sábado, novembro 06, 2010

Max Ernst

Alguém certa vez disse que Salvador Dali, Magritte e Max Ernst forma a santíssima trindade da pintura surrealista. Principalmente ao que se refere à primeira fase do surrealismo, conhecida como "o período adormecido". O MASP, em abril, apresentou 184 colagens de Marx Ernst da série Uma Semana de Bondade, criada em 1933 em uma viagem a Itália, que após exposta em 1936, gerando um escândalo à época devido aos elementos demoníacos e eróticos. Depois disso, fora adquirido por um colecionador e ficou mais de 70 anos sem ser exibida.
O ano de 1900 foi o do lançamento de livro A Interpretação dos Sonhos, de Sigmund Freud. Naturalmente, Ernst foi um leitor de Freud, o que justifica o componente psicanalítico na sua obra.
A quebra das fronteiras entre os mundos humano, vegetal e animal, inseridos em espaços reservados, e outros elementos oníricos, demonstram em arte, em ilustração, o que autor do texto inaugurador da Psicanálise se dedicou a tentar compreender. Tudo isso faz de Ernst, mesmo que "sem querer", o ilustrador do primeiro livro de Freud.
A mostra no MAPS foi divida em sete dias. No domingo, o Gênesis, não o bíblico, mas o surrealista, é retratado como de orgias, violência, blasfêmia e morte. Homens com cabeça de leão como símbolo do poder. Na Segunda, o retrato de quão é insignificante o poder dos homens diante do poder da natureza, por isso chamado de Água, com cenas de invasão de água destruindo Paris. E por aí vai...
Ao olhar essa ilustração, o que me veio imediatamente à lembrança foi o filme O anjo exterminador, de Luis Buñuel, diretor espanhol também surrealista. Depois, pesquisando, descobri que Buñuel e Ernst tiveram uma relação próxima, inclusive com participação do alemão em um filme do espanhol. Provavelmente lembrei desse filme devido ao ambiente em que as duas figuras estão, que remete à sala em que acontece o filme.
Eis dois sites que têm algumas obras de Ernst, inclusive as suas telas.
National Galleries of Scotland
Blog O Século Prodigioso

sexta-feira, novembro 05, 2010

Evento movimenta cenário das artes visuais em João Pessoa

Exposições, shows e palestras estão incluídas na programação.
Fonte WSCOM

Há 5 edições que o Festival Mundo inicia suas atividades com uma mostra de artes visuais. Este ano não seria diferente. A sexta edição do Festival inicia oficialmente suas atividades nesta sexta feira (5) com a abertura da exposição coletiva V, que traz joves artistas que tem se destacado nas Artes Visuais em João Pessoa. A vernissage acontecerá às 20h na Usina Cultural Energisa. Na ocasião, acontecerá um pocket show do músico Rieg R no espaço Cine Café e uma palestra sobre vídeo-arte digital com o artista plástico Chico Dantas. Logo após, show da banda paranaense Nevilton, no Espaço Mundo.


Intitulada V, a mostra reune cerca de 21 artistas/coletivos sob a curadoria do artistas plásticos e ilustradores Diego Gerlach e Thiago Trapo, com coordenação do jornalista Fabio Queiroz. Com um nome desvinculado do evento principal, o curador explica que esse título dá margem a várias leituras sobre a exposição. “Por trás do impacto incisivo e angular da letra V, repousa um manancial de leituras”, afirma Diego Guerlach. Sendo assim, temos a letra V, que quando exposta pelas mãos pode ser um sinal de vitória ou, em tempos medievais, um gesto de pilhéria - mas que também é o nome do principal romance de Thomas Pynchon (1963).


Participarão da exposição Aline Beutenmüller (PB), Alessandra M. Soares (PB), Alessandro Potter (PB), Arthur Maia (PB), Chico Dantas (PB), Coletivo Suporte (PB), Cris Calaço (PB), Dani Calaço (PB), Diego Gerlach (RS/PB), Coletivo Holístico Extrapiramidal (PB), Íris Helena (PB), Krysna Nóbrega (PB), Luana Neiva (PB), Mariana Bueno (SP), Sérgio Rodriguez (RS), Verdeee (PB), Wênio Pinheiro (PB), Ovni Crew (PB), Rafael Passos (PB), Rafael Pereira / Cão Possuído (SP), Rafael Volleseele (PB), Shiko (PB), Silvia Maria (PB/SP) e Thiago Trapo (PB), expondo ilustrações, pinturas, infogravuras, desenhos, vídeo-arte e fotografias.


Após a vernissage, às 22h, a comemoração continua no Espaço Mundo - onde acontecerá show da banda de indie pop Nevilton, que já se apresentou duas vezes em João Pessoa. Este show será gratuito para os 100 primeiros compradores do Passaporte para os 3 dias de shows do Festival e, para os demais, o ingresso custará R$8,00 – vendas no local.


O Festival Mundo acontecerá de 5 a 25 de novembro nas dependências da Usina Cultural Energisa. Dentro da programação, exposição de Artes Visuais, palestras, debates, oficinas, workkshops e ainda três dias de shows (13, 14 e 15) com bandas argentinas e brasileiras que figuram na cena musical independente. Ingressos à venda no Espaço Mundo, na loja Moinho (Manaíra Shopping) e na Música Urbana. Mais informações em http://coletivomundo.com.br.



quarta-feira, novembro 03, 2010

Vida de Che Guevara foi adaptada para os quadrinhos

HQ Che: Una Biografía Gráfica, escrita por Sid Jacobson e ilustrada por Ernie Colón, retoma a trajetória do revolucionário argentino
Fonte: Revista Rolling Stone

A vida de Ernesto "Che" Guevara será retratada mais uma vez no mundo dos quadrinhos. Che: Una Biografía Gráfica narra a saga do revolucionário em nove capítulos, partindo de sua infância e culminando na sua morte, aos 39 anos, passando por sua famosa viagem de motocicleta e o período que esteve em Cuba. A HQ escrita por Sid Jacobson e ilustrada por Ernie Colón foi publicada em espanhol e tem como base os diários do argentino.

A trajetória de Che Guevara já foi tema de diversas obras. Algumas das mais conhecidas são os filmes Diários de Motocicleta (2004, do cineasta brasileiro Walter Salles), protagonizado por Gael Garcia Bernal e baseado nos textos do próprio guerrilheiro, e Che (2008), produção dividida em duas partes dirigida por Steven Soderbergh. Neste último, Benicio Del Toro interpretou Che Guevara.

terça-feira, novembro 02, 2010

Helter Skelter!

Uma das minhas saudades do Ensino Fundamental, no Colégio da Luz, com certeza é devido às aulas de xadrez que tínhamos. Era opcional, mas sempre tive vontade de aprender e já que estava à disposição. E quando aprendi viciei: jogava todo dia, quase o dia todo, pela internet, na rua com amigos, na casa de amigos, enfim, minha vida virou uma batalha entre exércitos. Na mesma época conheci um professor de João Pessoa, que organizou aqui em Guarabira alguns torneios. Logicamente, participava de todos. Minha melhor colocação foi um terceiro lugar em um torneio de veteranos, que inicialmente estava organizado para ter um torneio de veteranos e um de "juniores", mas devido à falta de gente, fizeram um só.
Pois bem, as aulas de xadrez eram como deveriam ser: em uma sala própria, piso com carpete, música ambiente, um tabuleiro para cada par de alunos, lousa, enfim, ótima estrutura. E em cada uma das quatro paredes da sala, o professor colocou um quadro. No início não me chamaram a atenção, mas quando ficava esperando o meu oponente dar seu lance, por vezes minha vista caiu nesses quadros. Um, inclusive, era uma foto do tórax desnudo de uma mulher, pintado e, forma de um rosto de mulher. Até aí, só uma surpresa, afinal de contas, a idade dos alunos era 12, 13 anos. Em outra vez olhei para outro quadro que tinha um bebê gigante chorando formando um rio, com um sujeito em um barquinho remando. Ao olhar mais detidamente, percebi que aquele cidadão que estava no barquinho não me era estranho. E depois de um tempo percebi que se tratava de Paul McCartney. Primeira reação: Oxente! Será alguma referência a Cry Baby Cry?
Foi aí que fui perguntar ao professor do que se tratava, e ele me falou que esses quadros era,m cada um, uma referência a uma música dos Beatles. Hm... então esse era Cry Baby Cry mesmo, do Álbum Branco... Outro era Lucy in the Sky with Diamonds... Pesquisei na internet, na época, e consegui entrar no site do pintor/ilustrador desses quadros. Mandei imprimir, e coloquei em uma moldura no meu quarto, junto com outras molduras dos Beatles.
Agora, há poucos dias, lembrei-me desses episódios, e fui pesquisar novamente sobre esses quadros. São de autoria do britânico Alan Aldridge, que fez um livro chamando Bealtes Illustrated Song Lyrics, que ter sido a fonte desses meus quadros. Nos anos 60 e 70 ele fez capas de vários álguns, inclusive um de Elton John, o Captain Fantastic and the Brown Dirt Cowboy, de 1975.
Há algumas coisas sobre ele na internet, inclusive no seu site http://www.alanaldridge.net/. Outro site que tem algumas obras http://www.revelinnewyork.com/blog/10/23/2009/alan-aldridge-artist.